16 de out. de 2008

Entrevista

MUDANÇA NA REALIDADE BRASILEIRA
Economia no interior


Profº Msc. Domingos Vida Costa Filho
Diretor do curso de Administração do Câmpus de Toledo

Após 25 anos morando fora da capital, tenho opiniões diferentes do que tinha e pelo que vejo, muitos ainda tem. Existem a capital e as demais cidades. Tudo que se tem na capital, pode-se ter em qualquer outra cidade, excetuando-se o caos no trânsito, a insegurança, poluição, que são características quase que exclusivas da capital.

No oeste, por exemplo, temos shoppings com lojas âncoras iguais aos da capital.
Facilidade ainda é que cidades menores são proximas de cidades médias. Por exemplo, com uma distância de 38 km, pista dupla, representando 30 minutos de carro sem risco, posso estar num shopping de Cascavel (300 mil hab.), mesmo morando em Toledo (100 mil hab.). Destarte, podemos dizer que o índice de crescimento de shoppings é real.
Falando sobre o tema de computadores, acredito que o cenário seja diferente. Aqui também temos casas Bahia, crédito popular que dá acesso a eletro-eletrônicos a qualquer classe social. Também, gozamos de uma proximidade da fronteira. Distando 140 km de Foz do Iguaçu e 92 km de Guaíra, mesmo que ilícito, há uma inserção muito grande de computadores via fronteira, a preços simpáticos. Na região oeste, empiricamente, podemos dizer que esse volume de residências com computador é bem maior do que 21% e com acesso a rede mundial de computadores.
Nesse ponto, os computadores na internet colaboram para um cenário diferente do que é visto por quem mora na capital. Compramos quase tudo, via internet, recebendo em casa. Exemplo, não temos grandes livrarias, mas facilmente recebemos me casa qualquer livro que quisermos.
Quanto aos hábitos, isso já mudou muito. Existem pessoas famosas que aparecem na sociedade que possuem previlégios por serem conhecidas. São poucas. O que ocorre é que a cidade é menor, ao rodar por ela todos os dias e às vezes em horários padrões, cruzamos sempre com as mesmas pessoas. Por possuirmos tempo maior (não o disperdiçamos em engarrafamentos, filas, etc..), acaba-se por conhecer mais aqueles que compartilham dos horários. Aquilo que muitos chamam de qualidade de vida.

Em resumo, o "interior" tem recebido indústrias principalmente na área agrícola, esta que sempre foi o forte da sua economia. Com isso, sentimos que está acabando aquela sazonalidade econômica nas cidades, onde, se a safra fosse boa, o comércio estaria bom. Nos últimos 10 anos, esse cenário tem mudado. A agricultura pode até ser um plus para economia, mas não prejudicaria totalmente a cidade.

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